Encontra-se a funcionar na sede nacional da Ordem dos Biólogos, desde o início de Junho de 2003, o Observatório Biologia e Sociedade.
O
Observatório Biologia e Sociedade pretende criar os
mecanismos e os instrumentos de observação para a
monitorização dos desenvolvimentos da biologia e
da actividade profissional dos biólogos em Portugal e das
relações da biologia com a sociedade portuguesa,
no sentido do estabelecimento de uma plataforma actualizada dos
percursos académicos e profissionais de quem estuda e
trabalha na área da Biologia e das Ciências da
Vida, bem como das representações sociais da
Biologia e das Ciências da Vida em Portugal.
O
Observatório resulta da parceria entre a Ordem dos
Biólogos e o Centro de Investigação e
Estudos de Sociologia do Instituto Superior de Ciências do
Trabalho e da Empresa (CIES/ ISCTE) e conta com o apoio da FCT -
Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
A
Situação da Biologia em Portugal
A
biologia é uma actividade profissional emergente. Nos
últimos anos, ultrapassou o estatuto de disciplina
científica básica, detido quase desde a sua
origem, transformando-se gradualmente numa disciplina de
aplicação e afirmando as suas
competências em áreas tão diferentes
como o ambiente, a alimentação e a
saúde humana, num quadro de concorrência ou
complementaridade com outras disciplinas.
Em
Portugal existem cerca de 26 cursos de biologia sensu lato no sistema
de ensino superior em instituições
públicas e privadas, do ensino universitário e
politécnico, dos quais apenas 15 são reconhecidos
pelos critérios da Ordem dos Biólogos. Entram
nestes cursos, por ano, cerca de 1300 novos alunos, e nos
últimos 5 anos obtiveram diploma cerca de 500 alunos/ano a
maior parte dos quais licenciados.
No mercado de trabalho, segundo os Censos de 2001, existem em Portugal cerca de 9000 diplomados em biologia, dos quais mais de 50% são professores. Esta situação justifica-se pela história da disciplina, mas também pela sua presença nos currículos do ensino secundário e de muitos cursos do ensino superior (medicina, outros cursos da saúde, veterinária, farmácia, química, agronomia, ambiente, etc.). Tanto nos Censos de 2001, como nas bases de dados do IEFP, se registam casos de desemprego de diplomados em biologia, não se conhecendo todavia os contornos deste desemprego.
Por outro lado, a biologia, enquanto disciplina
científica, tem uma longa tradição de
património científico acumulado e de actividades
de difusão científica e de relacionamento com a
sociedade (designadamente através de
associações, publicações e
museus). Todavia, nesta matéria, o nível de
exigência e responsabilidade pública aumentou
muito, sendo mais frequentes as chamadas de
intervenção em processos de decisão
política, em controvérsias científicas
e no esclarecimento público das questões
éticas e morais que envolvem as actividades de
investigação em biologia.
Âmbitos
de Observação
Sinteticamente, os âmbitos de estudo do Observatório Biologia e Sociedade dividem-se em quatro grandes pontos:
- Fluxos de entrada e saída no sistema de ensino superior: a biologia no ensino secundário: análise documental e de dados estatísticos relativos às entradas e saídas, factores de atractividade, bloqueios e mecanismos de funcionamento do ensino secundário e de relação com o ensino superior; a biologia no sistema de ensino superior: análise curricular e estatística dos cursos de biologia, entradas e saídas do sistema de ensino superior, identificação dos clusters de ensino e de inserção profissional.
- Actividade profissional dos biólogos: a situação profissional dos biólogos nos Censos; a situação sócio-profissional dos diplomados em biologia e nas ciências da vida em Portugal, através da aplicação de um grande inquérito nacional; as perspectivas de evolução e desenvolvimento da actividade profissional em biologia, tendo em conta as dinâmicas de competição e de complementaridade com outras disciplinas/profissões.
- Representações sociais da biologia: os portugueses, em particular os jovens, e a biologia; a presença da biologia nos media.
-
Condições históricas do
desenvolvimento da biologia em Portugal: os processos e as
instituições; as políticas
públicas nos domínios do ambiente, da
segurança alimentar, da saúde e da
investigação científica.
Equipa
de investigação
A equipa de
investigação do Observatório Biologia
e Sociedade, que seguidamente se apresenta, tem a
coordenação científica da
Profª Doutora Maria Eduarda Gonçalves. O Conselho
Científico é composto pelo Prof. Doutor
João Ferreira de Almeida e pelo Prof. Doutor
António Firmino da Costa.
João
Ferreira de Almeida – Professor Doutorado com
Agregação em Sociologia, pelo ISCTE –
Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa,
Lisboa.
António Firmino da Costa -
Professor Doutorado em Sociologia, pelo ISCTE – Instituto
Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, Lisboa.
Maria
Eduarda Gonçalves – Professora Doutorada com
Agregação em Ciências
Jurídicas, pelo ISCTE - Instituto Superior de
Ciências do Trabalho e da Empresa, Lisboa.
João
Freire – Professor Doutorado com
Agregação em Sociologia, pelo ISCTE –
Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa,
Lisboa.
Maria Alexandre Lousada –
Professora Doutorada em Geografia, pela FLUL – Faculdade de
Letras da Universidade de Lisboa, Lisboa.
Lia
Vasconcelos – Professora Doutorada em Engenharia do Ambiente,
pela FCT/UNL – Universidade Nova de Lisboa, Lisboa.
Pedro
Lourenço – Mestre em Biotecnologia Vegetal, pela
FCUL – Faculdade de Ciências da Universidade de
Lisboa, Lisboa; Vogal do Conselho Directivo da Ordem dos
Biólogos.
Rui Brito Fonseca –
Mestre em Ciências do Trabalho, pelo ISCTE - Instituto
Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, Lisboa.
Anabela
Serrão - Licenciada em Sociologia pela FCSH/UNL –
Universidade Nova de Lisboa, Lisboa.
Filipe
Oliveira – Licenciado em Ciência
Política, pela FCSH/ UNL – Universidade Nova de
Lisboa, Lisboa.
Maria do Mar Gago –
Licenciada em Biologia Aplicada aos Recursos Faunísticos/
Variante Marinhos, pela FCUL – Faculdade de
Ciências da Universidade de Lisboa, Lisboa.